O Lugar Da Katrin Na História

Editor’s Note: This story was translated to Portuguese by Axel Gouveia from the original English version, which you can read here.

A determinação da Katrin Davidsdottir pelo campeonato ficou muito clara durante a primeira fase do CrossFit Games.

A bicampeã do CrossFit Games se colocou em uma posição difícil depois de um começo lento nos dois primeiros eventos, para então pisar no acelerador no segundo dia e terminar em quarto lugar geral, garantindo a sua sexta colocação consecutiva dentro do top cinco nos Games. Em algumas semanas ela vai ter a chance de conquistar seu quarto pódio nos CrossFit Games.

Importante ressaltar: Apesar de ter sido ofuscada pelo atual histórico da Tia-Clair Toomey, a Katrin também possui uma das melhores trajetórias da história dos CrossFit Games, e tem outra ótima oportunidade para melhorar seu currículo e elevar seu lugar no esporte. 

O lugar da Toomey no topo da montanha está seguro, mas a Katrin, junto com a amiga e superstar islandesa Annie Thorisdottir, disputam de perto o segundo lugar nessa lista.

Os números: Tanto a Katrin quanto a Annie tem dois títulos consecutivos, e ambas terminaram seis vezes dentro do top cinco no Games. A Katrin tem uma pequena vantagem, considerando que as suas colocações são consecutivas e atuais.   

• A Annie terminou duas vezes a mais no pódio, participou duas vezes a mais nos Games, mas nas seis vezes em que as duas competiram lado a lado, a Katrin levou a melhor quatro vezes.

O fator da influência: um dos principais elementos a serem considerados quando falamos sobre o lugar de um atleta na história é o impacto que ele teve no esporte além dos números. Um grande exemplo disso no esporte do fitness, foi que vimos todos os campeões imediatamente se tornarem o padrão ouro para os treinos, enquanto os outros buscavam imitá-los. (lembre-se do “What’s Rich Doing?”).

• Defendendo o caso da Annie: Em um tempo que o esporte ainda estava em sua infância, Annie foi a primeira verdadeira superstar. O carisma de uma potente e jovem mulher islandesa destruindo a competição foi a fundação para o crescimento internacional do esporte, e ajudou a destacar os aspectos de igualdade de gênero pelo qual o esporte é conhecido, premiações iguais e cobertura de mídia igual. “Iceland Annie” foi uma força da natureza, uma máquina do fitness com um sorriso ímpar, que muitas mulheres buscavam inspiração enquanto faziam fila para conseguir uma foto e um autógrafo. 
• Defendendo o caso da Katrin: Grandes rivalidades nos esportes elevam o nível da competição e servem como nexo para as próximas gerações de atletas. Durante um momento em que o esporte estava em uma transição no lado masculino, e os esforços da mídia estavam crescendo, tanto na produção ao vivo quanto nos documentários, a disputa entre Katrin Davidsdottir e Tia-Clair Toomey durante as temporadas de 2015 e 2016 foi o que atraiu mais olhares para a categoria feminina. Bem parecido com a rivalidade entre Michael Jordan e os Detroit Pistons, a volta por cima da Katrin depois da falha em 2014 e os subsequentes triunfos, ajudaram a construir a versão da Tia-Clair Toomey que hoje está no topo e plantaram as sementes para a o cenário super competitivo que vemos hoje no lado feminino. 

Panorama geral: O fato de duas mulheres do mesmo país, de menos de 400.000 habitantes, estarem numa disputa acirrada por uma vaga histórica no topo de um esporte que tem participantes em mais de 150 países já é impressionante, e elas ainda têm muitos anos de carreira pela frente.

Conclusão: Outro pódio iria diminuir a diferença entre medalhas da Katrin para a Annie, e uma segunda colocação a colocaria à frente. Com a Annie planejando voltar a competir em 2021, após o nascimento da sua filha, a semana da Katrin no Rancho pode ser um pilar chave na sua colocação geral na história uma vez que as coisas estejam finalizadas.